Juiz ameaçado culpa policiais e pede providências

22-08-2011 17:39

 
 
Um juiz da Segunda Vara Criminal de Várzea Grande que tem atuado em casos de quadrilhas compostas por policiais militares, afirmou que vem recebendo ameaças de morte e atualmente não tem moradia fixa por medo das represálias. Entre um hotel e outro de diversas cidades que tem morado nos últimos tempos, ele se diz mais preocupado com sua mãe, e sua esposa. Sem mostrar o rosto ou divulgar seu nome, o magistrado concedeu entrevista coletiva e cobrou do Estado celeridade nos casos e pede proteção, o que segundo ele, tem deixado a desejar e só toma providências depois que acontece algum desastre.

Em janeiro deste ano, conforme o juiz, um homem foi até sua chácara enquanto ele estava viajando e disse ao caseiro, que tinha um recado para o magistrado, que ele seria morto. Foi quando pediu proteção policial. Há dois meses enviou um relatório ao serviço de inteligência da Secretária Segurança Pública e também solicitou providências ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Por enquanto está sob escolta constante de um policial e de um segurança privada, afirma que não se intimidará com as ameças.

Atualmente o magistrado conduz as investigações da Operação Balista, deflagrada em abril pela Polícia Federal, que desmantelou uma quadrilha de roubos e tráfico de drogas que contava com apoio dos policiais militares Elson Luis da Silva Moraes e Reverton Nobres da Silva, do 4º Batalhão de Várzea Grande.

De acordo com o Ministério Público, a quadrilha era chefiada pelos irmãos Genivaldo de Souza Machado, Genildo de Souza Machado e Gilmar de Souza Machado, que planejavam os roubos a caixas eletrônicos, comércios e caminhões e também definiam a expansão do negócio ilegal. Os militares eram responsáveis por monitorar o policiamento nas áreas em que ocorreriam os crimes e alertar a quadrilha. Eles auxiliavam ainda no transporte de drogas e aquisição de armas e no cometimento dos crimes.

Ao todo, 18 pessoas foram indiciadas e deveriam ser ouvidas durante audiência de instrução e julgamento ocorridas nesta semana. Entretanto, oito réus tiveram depoimentos remarcados para o dia 22 de julho, diante da nova denúncia oferecida pelo Ministério Público, apontando crimes, em sua maioria, de roubo a mão armada e que comprovariam a participação efetiva dos 2 policiais militares integrantes da quadrilha, Élson Luis da Silva Moraes e Reverton Nobres da Silva.

Fonte: A Gazeta