JUIZ FEDERAL, CANDIDATO A PRESIDENCIA DA AJUFE É A FAVOR DE POLICIA PROPRIA PARA O PODER JUDICIARIO
ConJur — A segurança dos juízes federais desperta preocupação? Por quê?
Glauber Alves — Sim. Esse tema nos é caríssimo. Entendemos firmemente no Projeto Ajufe para os Juízes que precisamos lutar por uma política efetiva de segurança. Não queremos que um juiz federal precise perder a vida para que a sociedade atente para as necessidades específicas da magistratura. Quando o juiz tem receio de julgar, a segurança pública já não existe mais. Hoje há muita precariedade no assunto. Determinados tribunais são dinâmicos e dão vazão às demandas por seguranças. Outros, simplesmente ignoram o tema. A Rejufe, entidade que presido, chegou a promover um curso de segurança para os magistrados, primeira iniciativa de uma associação de juízes no país. Foi feito sem maiores dificuldades, com aulas de direção defensiva, tiros e técnicas de autoproteção. Nós havíamos solicitado isso há muito tempo ao nosso tribunal, que ignorou solenemente tal demanda dos associados. Isso não é tudo. Muitos fóruns do país não têm sequer porta detectora de metais. Todo mundo entra como quer, o que se acentua nos fóruns de cidades pequenas, onde os horários e a rotina dos juízes federais são bem conhecidos. Há um projeto de lei no Senado que cria um colegiado de primeiro grau no julgamento do crime organizado, que estrutura a polícia judiciária (nossa segurança hoje é feita precariamente pela Polícia Federal, que ora alega ausência de pessoal, ora ausência de diárias). Ele precisa ser votado, sem prejuízo de uma política nacional de segurança dos magistrados pelos órgãos administrativos (Conselho Nacional de Justiça e Conselho da Justiça Federal). Vamos dar especial atenção a esse assunto, do qual, particularmente, estou muito interessado. Porque já vi como os colegas ficam quando suas vidas ou de suas famílias estão em risco.
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