Polícia apura suposto atentado de PMs contra juíza em PE

15-06-2011 15:18

 

A Polícia Civil de Pernambuco abriu inquérito para investigar um suposto atentado contra a juíza de Tabira (a 402 km de Recife), Fabíola Michelle Muniz Mendes Freire de Moura, por policiais militares que a escoltavam no interior do Estado.

Dos três PMs que estavam na escolta, dois integram um grupo de 19 policiais acusados de torturar dois agricultores em 1998 e que serão julgados pela própria magistrada. A juíza disse não saber que policiais investigados por ela faziam sua segurança.

Segundo Moura disse à Polícia Civil, o atentado ocorreu na noite do dia 8, véspera de uma audiência presidida pela magistrada sobre o caso.

A juíza viajava com o marido na rodovia PE-292, escoltada à frente por um carro da Polícia Militar. Em Iguaraci, a cerca de 40 km de Tabira, os policiais pararam o veículo na pista, desceram com armas na mão e caminharam em direção a ela, afirmou Moura à Polícia Civil.

Segundo o delegado de Afogados da Ingazeira (PE), Jorge Damasceno, responsável pela inquérito, a juíza disse que acelerou seu carro e fugiu. Mais tarde, registrou boletim de ocorrência.

No dia seguinte, a magistrada compareceu à audiência em que os PMs são réus protegida por um colete à prova de balas. Policiais civis a escoltavam no fórum.

O Tribunal de Justiça de Pernambuco informou que a juíza solicitou transferência de comarca, mas os desembargadores aguardam o envio de documentos para que o pedido seja analisado.

Os policiais militares que faziam a escolta na viagem disseram ao delegado que pararam o veículo na rodovia e desceram armados porque viram o carro da magistrada piscar as luzes. A PM não se manifestou, sob alegação de que o caso está sob investigação. A Polícia Civil tem 30 dias para concluir o inquérito.